sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Viajando para Cusco no Peru


Olá minha gente! No mês de dezembro de 2015 fiz uma viagem para o Peru, fiquei 7 dias em Cusco e 1 dia em Lima, então o post de hoje vai ser sobre minha viagem. Vou contar minhas experiências, meus gastos e planejamentos, para tentar ajudar quem quiser ir para lá um dia, afinal programei minha viagem se baseando em posts que vi em blogs de mochileiros e coisas do tipo.




Bom, o destino Cusco já estava nos meus planos há um certo tempo, eu sou formada em história e durante meu curso fiquei apaixonada pela história e cultura dos povos pré-colombianos, meu sonho era visitar o México, conhecer ruínas Astecas e Maias, mas após ter amigos que foram para o Peru, comecei a me interessar pelo Machu Picchu, pelo legado dos Incas. Então conhecer Machu Picchu ficou no topo da minha lista.

Após conseguir alguém para ir comigo, comecei a planejar a viagem, o primeiro passo foi comprar as passagens aéreas, eu tinha vontade de fazer um mochilão se locomovendo por ônibus e trens, mas tive que me adaptar aos dias de férias que meu namorado  teria, então 3 dias para ir e 3 para voltar seria inviável, por conta disso escolhemos avião.

Comecei a pesquisar as passagens por volta de agosto, ou seja quatro meses de antecedência, e encontrei os melhores preços no site do Submarino Viagens, ficando 1300 reais ida e volta para cada pessoa. O preço foi bem acessível, levando em consideração que eram três aviões para ir e três para voltar (Londrina - São Paulo/ São Paulo - Lima/ Lima- Cusco), mas tive muita dor de cabeça com essas passagens, pois, no dia seguinte que eu havia comprado começou uma mega promoção no site e acabou sobrecarregando o sistema, por fim, não conseguia acessar minha conta para ver se as passagens estavam confirmadas, e passadas as 72 horas não havia recebido o bilhete eletrônico no email. Passado uma semana ainda nada, tentei entrar em contato por email, telefone, sinal de fumaça e nada deu certo, os preços das passagens haviam subido bastante, porque para avião uma semana faz diferença. Entrei no Reclame Aqui, e vi que muita gente estava com o mesmo problema, e as pessoas que compraram passagem para aquela semana, não conseguiram embarcar porque tiveram o mesmo problema que eu. Já estava dando a passagem como cancelada e a viagem perdida, quando chega a fatura do meu cartão com o valor descontado. Ai fiquei esperando 6 horas no atendimento online do Submarino, até que me disseram que estava tudo certo, mas nada de bilhete eletrônico. Passado quase dois meses ele foi chegar na minha conta de email.

Passado todo transtorno da passagem, chegou dezembro e consegui embarcar para o tão sonhado Peru. As trocas de um avião para o outro foram demoradas, fiquei umas 17 horas em aeroportos, mas tudo deu certo!

Além de ter comprado as passagens aéreas por internet, também havia pesquisado hostels em Cusco, e encontrei um chamado Kurumi, que fica localizado muito próximo a Plaza de Armas. Eu tenho problemas em dividir quarto com desconhecidos porque em minhas outras experiências em hostels eu não dormia com barulhos noturnos, como roncos, conversas, gente levantando para ir ao banheiro ou chegando tarde no quarto. Porém, não teria condição de pagar um hotel, mas no Kurumi eles oferecem quartos individuais ou para casais por um preço mais acessível. Eu fiquei em um quarto super fofo, com cama de casal e banheiro privado, além de café da manhã incluso, pagava na diária para duas pessoas 88 soles (no período que fui 1 sole estava equivalente a 88 centavos). Eu fiz a reserva online, e paguei em torno de 15 reais por ela. (OBS. a vista do quarto é maravilhosa!). Se quiserem fazer reservas nesse hostel, façam direto pelo site deles, através de sites que fazem buscas de hosteis fica mais caro. Para acessá-lo basta clicar aqui, eles tem dormitório compartilhados a partir de 21 reais a diária.

foto retirada do site do hotel

Resolvido a passagem e a reserva do hostel, o terceiro passo que tomamos no Brasil foi pesquisar sobre dinheiro. Li que em Cusco não trocavam reais, que precisaríamos levar tudo em dólares, e lá trocar pela moeda local. Então fomos a uma casa de câmbio, na época o dólar estava 4 reais, muita gente nos disse que era uma viagem barata, então trocamos em torno de 2 mil reais cada. Compramos uma bolsinha que se amarra na barriga para manter o dinheiro em segurança.

Após desembarcar em Cusco fomos atrás de um táxi, na verdade os taxistas que vieram atrás de nós, é uma loucura! Havia vários homens nos abordando, assim como acontece nos outros locais turísticos com os vendedores, é muita gente, nunca falei tanto uma palavra quanto "no, gracias". Voltando aos táxis, eles são muito baratos, não gastamos mais do que 15 soles em uma corrida em Cusco. O engraçado é que a gasolina é absurdamente cara, mas os táxis são baratos. Não há taxímetros lá, o valor da corrida acontece na negociação.

Chegando em Cusco, o taxista nos levou até uma casa de cambio e trocamos parte do dinheiro por Soles Peruanos, não trocamos tudo, pois algumas coisas são pagas em dólares, como explicarei mais adiante. Porém, descobrimos que é possível trocar real lá sim, apesar de não ser em todos lugares. O valor que perdemos no cambio fez com que o real ficasse equivalente aos Soles, 1 por 1, fizemos as contas, e levando o real e trocando por Soles lá, daria no mesmo. Eu particularmente, se fosse novamente trocaria o real por dólar no Brasil mesmo. 

Por segurança, além de levar o dinheiro em espécia, fui até o banco e pedi para habilitar meu cartão para viagem ao exterior. E foi ótimo ter feito isso, pois, não havia sobrado dinheiro para lembrancinhas, e tive que sacar certa quantia. É muito fácil achar caixas eletrônicos que saque bandeiras Visa e Mastercad por lá, tem dentro de mercados, farmácias e lojas espalhadas ao redor da Plaza de Armas. Porém, não recomendo, porque as taxas cobradas pelo banco são altas.

Eu havia lido muitos blogs e sites falando sobre viajar para Cusco, como já mencionei a cima, li sobre passeios, estadia e tudo mais. Mas um aspecto que fiquei meio perdida foi sobre o que teria para conhecer lá além de Machu Picchu. Muita gente colocava fotos em alguns sítios arqueológicos, mas não especificavam como fizeram para chegar em tais locais, pois, alguns eram meio distantes de Cusco. Antes de ir, eu havia simulado apenas a compra de passagens do trem para Machu Picchu e as entradas do mesmo, que diga-se de passagem são bem salgadinhas, só o trem e as entradas davam 210 dólares por pessoa, ou seja, em torno de 840 reais. (Dólares porque a empresa responsável pelo Machu Picchu é americana).

Eu fiquei até preocupada de ter comprado a passagem para tantos dias, achei que não teria o que fazer em Cusco. Entretanto, assim que chegamos fomos abordados no aeroporto por pessoas de agências turísticas que ofereciam pacotes de passeios de acordo com o tempo de estadia. Achei o preço das agências do aeroporto atrativas, mas resolvi  ir pro hostel descansar e ver isso no dia seguinte, sabia que no Peru tem que pesquisar e pechinchar, então não quis fechar com a primeira pessoa que apareceu. 

No dia seguinte sai cedo a procura de agências, e no centro de Cusco é o que não falta, tem gente vendendo pacotes nas praças e nas diversas portinhas que encontramos pelas ruas. Fomos em algumas, todas montavam os mesmo passeios pra gente, mas os preços variavam e alguns detalhes, como almoços e ônibus inclusos dependendo do passeio. Encontramos um homem muito simpático chamado Moncho, demos uma chorada e conseguimos um preço bom, ali a cima falei que só o Machu Picchu sairia por 210 dólares, na agência do Moncho fechamos além das entradas e trem para o mesmo, hotel na cidade de Águas Calientes, van para voltar Cusco, além de mais 5 dias de passeios com guias e vans por 248 dólares cada. Tivemos que pagar tudo à vista, ficamos com medo porque se ele fosse desonesto perderíamos muito dinheiro e não teríamos como pagar por todos aqueles passeios. As agências são tão pequenas e dividem espaço com outros lugares, não passam muita credibilidade, além disso, estamos acostumados com o jeitinho brasileiro, é difícil confiar nas pessoas quando o assunto é dinheiro.



Mas fechamos com ele, ele nos entregou o recibo a cima, e os passeios já começavam no mesmo dia. No horário indicado no recibo nós esperávamos em uma praça e logo aparecia o guia e a van. O bacana foi que ele montou um passeio para gente em ordem crescente de relevância, não tiveram passeios chatos, mas cada vez ia ficando mais sensacional, para encerrar com a cereja do bolo que era Machu Picchu. O mais surpreendente foi perceber como os cusqueños são honestos, todo o combinado foi cumprido, a cidade é muito segura, e não tivemos nenhum transtorno relativo a gente querendo se dar bem em cima da gente ou coisa do tipo. 

Se quiserem passear por lá um dia, e quiserem uma dica de agência, procurem o Moncho, esse é o cartão dele, a agência fica em uma portinha em frente a Plaza de Armas.



Outra coisa importante de se saber para quem pretende explorar Cusco, é que em todos os lugares é necessário pagar entrada, mas se você comprar um bilhete turístico, por 130 soles, você pode conhecer diversos lugares, ele tem validade de 10 dias, e fica mais barato do que comprar a entrada de cada lugar separada. Caso sua estadia seja menor, tem a opção de um bilhete mais barato.



Além desse bilhete, como já mencionei anteriormente, Machu Picchu é um passeio a parte. Para conhecê-lo são necessárias 2 horas de viagem de ônibus ou van, mais 2 horas de trem. Para evitar grande fluxo de turistas criaram uma cidade chamada Águas Calientes aos pés de Machu Picchu, onde não entram outros meios de transporte além do trem, então, para ir para lá é obrigatório comprar as passagens do mesmo. Saindo de Cusco ida e volta saem em torno de 160 dólares nos vagões mais simples, a melhor opção é sair de Ollantaytambo, o trem de lá fica por volta de 100 dólares. No nosso pacote estava inclusa a visita ao sítio arqueológico de Ollantaytambo, e de lá já pegamos o trem para Águas Calientes.

Nosso pacote também incluiu um hotel em Águas Calientes, passamos uma noite lá, não levamos malas, só mochilas com o necessário, nossas bagagens ficaram no hostel de Cusco, porque retornaríamos para lá no dia seguinte, o pessoal do hostel são tão gente boa que nem precisamos pagar estadia para deixar a mala lá, guardaram pra gente tranquilamente, e até retiraram a reserva que eu tinha feito para esse dia sem cobrar.

Para conhecer o Machu Picchu é necessário pagar um ônibus para subir, o valor é cobrado em dólares, como já estava incluso ao meu pacote não me lembro ao certo quanto custava, era algo em torno de 8 dólares. Há valores diferentes na entrada de Machu Picchu, eu muito da louca escolhi incluir Huayna Picchu no pacote, mal sabia que isso me faria subir uma montanha através de 3 mil degraus. Caso vocês decidam conhecê-lo sem agência, comprem as entradas e passagem de trem com antecedência, pois são limitadas por dia. Se quiserem conhecer o Huayna comprem com mais antecedência ainda, porque só 400 sobem por dia. Ao redor da Plaza de Armas há locais para comprá-las.

Um dos meus medos era que estivesse chovendo no dia, e fechassem Machu Picchu por isso, mas chegando lá me avisaram que só fecham se a chuva for muuuuuuito forte, então fiquei mais tranquila. E por sorte no dia que subi estava um sooool que minha nossa!

Bom, já falei sobre passagens, estadia, passeios, faltou falar sobre alimentação né?
Então, na parte histórica de Cusco, os valores para se comer pratos de comida são equivalentes aos do Brasil, em torno de 15 soles. Nos lugares mais afastados os preços caem, porém nem sempre são muito higiênicos, há também um mercadão na parte central que serve refeições, mas não tive coragem de comer lá, havia cabeças de animais mortos em cima dos balcões onde as pessoas comiam, além de uns sopões com umas misturas estranhas, e eu sou meio enjoada com comida, não rolou.

Ao redor de Plaza de Armas existem diveeersos restaurantes, se você sai para andar por lá na hora do almoço ou janta, muita gente vai te abordar com menus. Lá comem muito frango, e também carne de alpaca que tem gosto de fígado de boi. Como não curto um fígado, fiquei nos frangos mesmo. Achei a comida com um tempero fraco, e em tudo eles colocam Ají, uma espécie de pimenta. No começo achei gostoso, mas quando acabou a viagem eu nem queria ouvir falar de Ají, e particularmente no geral não me agradou a comida de lá. Algumas coisas são até gostosas, como o milho gigante deles ou "maíz", as sobremesas são maravilhosas também, vendem uns pedaços de bolos enormes e deliciosos, e o churros então? Sensacional!




Sobre o clima, eu peguei o verão, então as temperaturas estavam mais amenas, durante a madrugada fazia em torno de 7 graus, mas durante o dia ficava entre 20 e 25 graus, apesar de ser fresco, o sol de lá é muito forte, então protetor e chapéu são indispensáveis.

E a falta de ar que todo mundo fala, é verdade? Sim! Cusco é uma cidade muito alta, em alguns lugares chega a 2.900 metros acima do nível do mar, o centro da cidade está em torno de 2.300. Quando cheguei no aeroporto não senti nada, fui para o hostel, dormi, estava tudo normal, mas durante a noite quando sai para conhecer a cidade já estranhei, andei pouco e já parecia que havia corrido uma maratona, fiquei muito ofegante. Durante os passeios, quando subíamos a milhares de escadas que encontramos por lá, meu pulmão chegava a doer, mas depois descobri o chá de coca e ele alivia muito. Mas a falta de ar durou só 2 dias, no terceiro dia já estava acostumada.

Acredito que falei das principais coisas sobre a viagem, esse post ficou gigante então não vou falar dos lugares que conheci , da pra fazer um post só sobre isso. Mas quem quiser ter uma pequena ideia, ei fui fazendo Snaps enquanto estava no Peru, para que minha família e amigos acompanhassem, aí salvei a maioria deles e fiz um vídeo reunindo todos:




Para quem está planejando ir para lá e quer ter uma média de valores, os 8 dias que passamos por lá, com todos os passeios, estadia, alimentação, passagens aéreas "y otras cositas más", saíram em torno de 3.500 reais por pessoa.

Para finalizar, queria dizer que a viagem foi fantástica, ultrapassou minhas expectativas, Cusco é incrível, os cusqueños são apaixonantes, o clima é gostoso, os lugares são um sonho, os Incas faziam coisas inacreditáveis, pena que as fotos não conseguem captar toda aquela beleza! Se eu recomendo? Nossa, e como! Por mim eu já iria para lá de novo mês que vem, e não faz se quer um mês que voltei de lá, então se você está pensando em ir para o Peru, mas está em dúvida, não tenha! 


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Karina, 29 anos, cambeense, historiadora e intérprete de LIBRAS, viciada em internet, redes sociais, séries e joguinhos, estou aprendendo a ser mulherzinha depois de anos sem autoestima e vaidade, e criei esse espaço para falar um pouco sobre todas essas Karinisses!

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